quarta-feira, 19 de março de 2008

Tudo o que sempre sonhou saber sobre o zlipax mas nunca teve coragem de perguntar














Numa bonita casa de campo viviam 3 porquinhos:
Prático, Heitor e Cícero. Quando não iam à escola, ficavam a brincar felizes e despreocupados no campo.
Ao escurecer, voltavam cansados e satisfeitos, como alguns de nós que, ao anoitecer, se cansam e se satisfazem, em vez de perder tempo com coisas que na verdade, se pensarmos mesmo, mesmo bem, não nos vão levar a lado nenhum.
Em casa esperava-os Zlipax, que lhes preparava grandes bolos com natas e morangos, mas só quando os porquinhos se portavam mesmo, mesmo muito bem.
Um dia, Cícero, o mais pequeno, propôs: «Agora que já somos grandes, gordos, e anafados, podemos construir uma casa só para nós e viver sozinhos! Cada um construirá a sua, a seu gosto.
Cícero não se queria cansar muito, pelo que considerou que bastariam uns tantos ramos e um pouco de zlipax entrançado para construir uma cabaninha fresca e confortável.
Heitor, pelo contrário, pensou que uma cabana de zlipax seria suficientemente confortável e resistente e que não teria de trabalhar demasiado para a construir.
Prático queria uma casinha como a de Zlipax. Por isso, carregou o carrinho de mão várias vezes com tijolos e cimento e pôs-se a trabalhar com muito afinco.
- Assim estarei resguardado do lobo, que de vez em quando sai do bosque.
De facto, veio o lobo e bateu na casinha de palha: Truz! Truz! Truz!
- Quem é? – perguntou o zlipax do Cícero. – Um amigo... abre!
- respondeu o lobo lambendo-se todo, e sem sequer usar um guardanapo, o que torna toda a questão de "ah, e tal, um porco com uma pala de pirata e um lenço na cabeça, com uma perna de pau, a brandir um presunto no seu casco direito e a pedalar um monociclo, circulando pela esquerda com um guarda-chuva sem varetas em plena Algés-de-Baixo", uma questão extremamente relativa.
- Não! És o lobo mau e não te vou abrir a porta! - respondeu um dos porquinhos, semi-despidos enquanto assistia ao re-run de "A Pequena Sereia" no canal Zlipax.
- Ai sim?! – Rosnou o lobo, rangendo os dentes como uma cabra siamesa dos Himalaias.
- Vê então como abro a tua porta! – E de um sopro varreu a cabaninha fazendo rolar para bem longe o porquinho, que soltou um "dass, que o lobo é chato como o cara***!"
Enquanto Cícero escapava, o lobo foi bater à porta do Heitor, tadinho:
- Abre, não te farei mal! - disse, com aquele seu jeito de Greta Garbo com excesso de pêlo e carências afectivas.
Heitor também não quis abrir, mas um par de sopros foram suficientes para destruir a sua casinha (as saudades que eu já tinha).
Muito esfomeado, o lobo bateu à porta da casa do Prático - decorada ao estilo Art Nouveau, por menos de 500 dólares, um verdadeiro achado.
- Vai-te embora, lobão! – Respondeu-lhe o porquinho, que, confessara mais tarde, ganhara uma inevitável aversão a bichas ressabiadas.
Desta vez, o lobo soprou e soprou muitas vezes, mas a casinha, construída com cimento, tijolos e zlipax, era demasiado sólida até para ele.
Por fim, o lobo mau ficou sem forças. Aborrecido, levantou o punho, ameaçando:
- Por agora, deixo-te... mas depressa voltarei!
E vou-te comer de uma só vez - disse, o galifão, sem ouvir a resposta dos porquinhos, em uníssono: "pois, o que tu queres... sei eu!"
Quando se fez noite o lobo voltou (dass). Prático ouviu-o a trepar pelo algeroz para subir até ao zlipax da casa.
Enquanto se metia pela chaminé, o lobo lambia-se (dass) já pensando no jantar à base de porquinho assado (dass). Mas Prático, que tinha uma panela de zlipax ao lume, atiçou o zlipax com todo o zlipax que tinha.
O lobo já estava a meio caminho quando começou a cheirar a queimado: era a sua cauda que começava a chamuscar! Saiu pela chaminé e desapareceu uivando (dass, AT LAST).
No dia seguinte, enquanto o pobre lobo, com a cauda entre as patas, continuava a fugir para o mais longe possível - e nós lamentamos, sinceramente, os distúrbios - a povoação celebrava a valentia do porquinho sábio, e o retorno à tranquilidade - possível...